Justiça adia novas audiências da ‘Jackpot’ para março de 2015

A Justiça adiou para março de 2015 as audiências sobre a “Operação Jackpot”, da Polícia Federal, que recomeçariam nesta segunda-feira (24) no Fórum de Varginha (MG). A operação desbaratou o esquema de jogo do bicho na cidade e também em outros municípios vizinhos, como Elói Mendes (MG) e Três Pontas (MG). O motivo do adiamento foram denúncias de dois advogados dos réus sobre um suposto envolvimento pessoal do promotor responsável pelo caso com algumas das pessoas investigadas. Segundo o juiz responsável pelo caso, Oilson Hoffman, as audiências foram adiadas para que as denúncias possam ser apuradas. Clique em Leia Mais e confira notícia completa.

 

Em nota, o promotor de Justiça Mário Antônio Conceição negou a alegação dos advogados dos réus e informou que essa atitude visa intimidá-lo e ao grupo que ele coordena. Ainda de acordo com o promotor, a atuação dos promotores de Justiça não revela suspeição, mas sim uma atuação firme e técnica.

Conforme as investigações da Polícia Federal, a quadrilha movimentava cerca de R$ 500 milhões por ano com o jogo de azar e lavagem de dinheiro. Ao todo, 48 pessoas foram indiciadas no inquérito. A previsão era de que oito pessoas fossem ouvidas até a próxima quarta-feira (26). Outras 60 testemunhas também seriam ouvidas.

Ainda conforme as investigações, a quadrilha atuava há mais de 10 anos em Varginha (MG), Elói Mendes (MG) e Três Pontas (MG). O trabalho começou em 2012 na Polícia Civil, mas no ano passado, a Polícia Federal assumiu o caso. Entre novembro de 2013 e fevereiro deste ano, 37 pessoas foram presas durante as operações Jackpot 1 e 2. Outras 11 pessoas também foram indiciadas por suspeita de participação no esquema.

Novas audiências da "Operação Jackpot" foram adiadas para março de 2015 (Foto: Reprodução EPTV / Erlei Peixoto)Novas audiências da “Operação Jackpot” foram adiadas para março de 2015 (Foto: Reprodução EPTV / Erlei Peixoto)

Conforme a PF, a quadrilha tinha uma hierarquia dividida em quatro níveis. No primeiro escalão, ficavam os chamados patrões, os cabeças do esquema, que comandavam três núcleos com atuação nas três cidades. No segundo escalão, ficavam policiais civis e gerentes de apostas. No terceiro escalão, ficavam motoboys que recolhiam as apostas durante toda a semana. Por último, na base da hierarquia, as investigações apontam a participação de pelo menos 50 donos de bancas, entre eles comerciantes, que atuavam nos pontos de venda de apostas do jogo do bicho.

Segundo o juiz Oilson Hoffman, as investigações apontam para os crimes de lavagem de dinheiro, exploração de jogos de azar, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e falsidade ideológica.

A operação
A primeira parte da “Operação Jackpot” ocorreu em novembro de 2013. Na ocasião, 37 pessoas tiveram a prisão temporária decretada, mas ao final de cinco dias, foram liberadas. No fim do mês passado, a PF realizou a segunda fase da operação, onde sete pessoas, entre elas três policiais civis, foram presas. Os outros quatro detidos já haviam sido presos na primeira fase da operação.

Para o promotor de Justiça de Combate ao Crime Organizado, Mário Antônio Conceição, o esquema favorecia também algumas empresas “de fachada”, que eram utilizadas para a lavagem do dinheiro obtido com os jogos de azar. “Apenas um dos investigados adquiriu cerca de R$ 27 milhões em três anos. As investigações apontam que eles compravam e vendiam imóveis e a partir destas atividades, traziam de volta o dinheiro para a circulação entre eles, o que configura lavagem de dinheiro”, explicou.

Os três policiais detidos foram levados para a  Corregedoria em Belo Horizonte (MG). As outras quatro pessoas detidas foram levadas para a Penitenciária de Três Corações (MG). Na época, todos entraram com pedido de habeas corpus na Justiça, mas foram negados.

O nome da operação é uma referência ao termo utilizado na jogatina – um jackpot significa um prêmio grande, quando o jogador “quebrou” a banca.

Fonte: G1



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