Audiências da ‘Operação Jackpot’ são adiadas

Apenas seis pessoas envolvidas na “Operação Jackpot”, da Polícia Federal, foram ouvidas nesta segunda-feira (1º) em uma audiência no Fórum de Varginha (MG). Inicialmente, 40 pessoas, entre acusados e testemunhas, prestariam depoimento nesta segunda e terça-feira (2). No entanto, eles só deverão ser ouvidos em uma outra audiência, marcada para novembro. Clique em Leia Mais e confira notícia completa

 

 

 

A medida foi tomada pelos advogados de defesa junto à promotoria, que decidiram dispensar as testemunhas para não haver prejuízo no julgamento, já que documentos considerados importantes não foram anexados ao processo.

A operação teve como objetivo combater a prática do jogo do bicho na região. Em março deste ano, após quase dois anos de investigações, a Polícia Federal concluiu o inquérito da operação. Ao todo, 34 pessoas foram indiciadas por crimes de jogo de azar, lavagem de dinheiro, corrupção, e organização criminosa. Computadores, documentos e livros de contabilidade foram apreendidos.

Segundo o delegado João Carlos Girotto, três grupos atuavam há mais de 10 anos em Varginha, Elói Mendes, Três Pontas e Pouso Alegre (MG). O barão do jogo era o bicheiro que comandava o esquema e os gerentes de fortaleza eram os responsáveis pelo recebimento do dinheiro e das apostas que vinham pelos recolhedores que passavam em motos por todos os pontos onde havia cambistas. Participavam do esquema também comerciantes, que recebiam até 25% do lucro líquido dos jogos. Além deles, três policiais davam apoio.

Ainda de acordo com Girotto, a organização criminosa arrecadou cerca de R$ 30 milhões em três anos. Entre os indiciados, estão 27 comerciantes que podem perder os estabelecimentos comerciais.

Audiência no Fórum de Varginha ouviu apenas seis envolvidos da Operação Jackpot (Foto: Reprodução EPTV)Audiência no Fórum de Varginha ouviu apenas seis envolvidos da Operação Jackpot (Foto: Reprodução EPTV)

A audiência
Nessa primeira parte do processo, oito réus participaram da audiência, dentre eles três policiais civis.  Um esquema forte de segurança foi montado para dar suporte à Justiça. O Fórum de Varginha ficou lotado durante todo o dia. Advogados e estudantes de direito acompanharam os trabalhos.

Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, é a primeira vez que a Justiça de Minas Gerais usa o benefício da delação premiada, que concede a redução da pena para aqueles que colaboram com a Justiça.  Todos os colaboradores prestaram depoimento numa sala separada, sem que fossem identificados. Além disso, os envolvidos que testemunharam com o benefício da delação premiada tiveram a voz distorcida para não serem reconhecidos.

Câmera escondida flagou jogo do bicho na região (Foto: Reprodução EPTV)Câmera escondida flagou jogo do bicho na região
(Foto: Reprodução EPTV)

Durante a audiência, um dos envolvidos desistiu de colaborar com a Justiça e perdeu o beneficio da delação premiada

Esquema flagrado
Apesar da “Operação Jackpot”, da Polícia Federal, que visa combater o jogo do Bicho no Sul de Minas, a jogatina ainda continua na região. Com uma câmera escondida, uma equipe de reportagem da EPTV Sul de Minas flagrou uma banca de apostas no Centro de Elói Mendes (MG).

A aposta, no valor de R$ 3, é feita de forma simples dentro de uma sala. No local, ainda acontece outros tipos de jogos com apostas em dinheiro (veja no vídeo da matéria). O bilhete da aposta feita pela equipe de reportagem será entregue para a Polícia Federal.

Forte esquema de segurança é montado para a audiência da "Operação Jackpot" em Varginha (Foto: Reprodução EPTV / Erlei Peixoto)
Forte esquema de segurança foi montado para a audiência da “Operação Jackpot” em Varginha (Foto: Reprodução EPTV / Erlei Peixoto)

A operação
A primeira parte da “Operação Jackpot” ocorreu em novembro de 2013. Na ocasião, 37 pessoas tiveram a prisão temporária decretada, mas ao final de cinco dias, foram liberadas. No fim do mês passado, a PF realizou a segunda fase da operação, onde sete pessoas, entre elas três policiais civis, foram presas. Os outros quatro detidos já haviam sido presos na primeira fase da operação.

Para o promotor de Justiça de Combate ao Crime Organizado, Mário Antônio Conceição, o esquema favorecia também algumas empresas “de fachada”, que eram utilizadas para a lavagem do dinheiro obtido com os jogos de azar. “Apenas um dos investigados adquiriu cerca de R$ 27 milhões em três anos. As investigações apontam que eles compravam e vendiam imóveis e a partir destas atividades, traziam de volta o dinheiro para a circulação entre eles, o que configura lavagem de dinheiro”, explicou.

Os três policiais detidos foram levados para a  Corregedoria em Belo Horizonte (MG). As outras quatro pessoas detidas foram levadas para a Penitenciária de Três Corações (MG). Todos entraram com pedido de habeas corpus na Justiça, mas foram negados.

O nome da operação é uma referência ao termo utilizado na jogatina – um jackpot significa um prêmio grande, quando o jogador “quebrou” a banca.

Fonte: G1



Esta notícia foi lida 1.206 vezes.

Comentários estão desabilitados.